Visão 2030: hora de repensar o futuro da agricultura brasileira.
O estudo Visão 2030, lançado pela Embrapa em 2018, ainda é muito relevante para quem está de olho nas tendências globais para o agronegócio.
Em 2018, ano do aniversário de 45 anos de sua fundação, a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária lançou um interessante estudo chamado Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira. Desenvolvido por meio de pesquisas realizadas em 18 meses, a partir dos esforços de mais de 370 colaboradores, o documento apresenta históricos, desafios, riscos e tendências para o setor nos próximos anos. Dois anos depois, em 2020, em meio a tantas mudanças a nível global, vale a pena repassar alguns pontos abordados na ocasião para verificar o que ainda é futuro e o que vem se tornando cada vez mais presente.
O estudo foi lançado em uma versão interativa, disponível aqui, e também na versão completa em PDF. Como o arquivo é bastante denso, abordaremos em nosso artigo de hoje dois tópicos específicos, coerentes com o cenário atual e com o trabalho desenvolvido por nossas empresas parceiras: riscos na agricultura e convergência tecnológica e de conhecimentos.
Riscos: conhecer, monitorar e mitigar problemas no campo.
Quem atua no setor há algum tempo, ou mesmo quem está iniciando, já sabe que trabalhar no agro é um exercício constante de atenção e resolução de problemas. Um estudo realizado em 48 países em desenvolvimento identificou que 25% dos danos causados por desastres naturais entre os anos de 2003 e 2013 impactaram diretamente a agropecuária. A estimativa é de que 44% de tais perdas foram decorrentes de secas e 39% causadas por enchentes, totalizando cerca de US$ 70 bilhões em prejuízos totais.
Isso tudo se trata apenas de riscos climáticos, sendo que ainda existem inúmeros outros pontos de atenção: riscos de produção, riscos sanitários, riscos relacionados ao mercado externo e decorrentes da infraestrutura, entre outros exemplos. Como tais fatores não podem ser controlados, é fundamental que sejam constantemente monitorados e que planos de ação sejam desenvolvido com assertividade e rapidez, sempre que necessário. Para tanto, existem várias ferramentas que podem auxiliar na gestão de riscos.
Visão integrada da gestão de riscos agropecuários
Convergência tecnológica: uma agricultura cada vez mais digital.
Um dado interessante levantado no estudo da Embrapa aponta que, “atualmente, 75% dos alimentos do mundo são gerados a partir de 12 espécies de plantas e cinco espécies de animais.”. Em um ecossistema de negócios tão condensado e, ao mesmo tempo, tão diverso em decorrência de todos os fatores geográficos, econômicos e de produção, é imprescindível dispor de soluções tecnológicas e integração de conhecimentos para obter melhores resultados.
O que já estamos testemunhando há algum tempo e que certamente se intensificará nos próximos anos é uma verdadeira revolução. Um trecho interessante que pode ser lido na íntegra neste link pontua que:
“Assim como o vapor e a eletrônica tornaram as máquinas mais potentes, a transformação digital vai torná-las mais autônomas, capazes de implementar decisões com o mínimo de intervenção humana, aptas a coletar dados em plataformas colaborativas ou mídias sociais e a compartilhá-los, permitindo a intensificação de arquiteturas big data, de ferramentas de mineração de dados e o desenvolvimento de algoritmos mais inteligentes e precisos na predição de tendências, safras e riscos.”
Para quem já atua com algumas das ferramentas oferecidas por nossas empresas parceiras, esses tópicos não são mais uma previsão, mas a realidade na operação de negócios de ponta em todo o Brasil, e essa agricultura digital traz uma série de vantagens, inclusive alinhadas a Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS):
Benefícios da agricultura digital
Entre tendências para o futuro e inovações que já fazem parte de nosso cotidiano, o estudo nos lembra de que o agronegócio brasileiro, tal como uma plantação bem cuidada, ainda tem muito a se desenvolver e certamente trará grandes retornos para quem se preparar e investir desde já. Afinal, 2030 é logo ali.