Expectativas para o agronegócio brasileiro em 2021
Após um ano atípico a nível global, mas extremamente positivo para o setor no Brasil, o que esperar para os próximos doze meses? Confira algumas perspectivas para 2021.
O cenário atual em janeiro de 2021 ainda é um marcado por incertezas. A pandemia de Covid-19 persiste, de modo que o distanciamento social deve permanecer por mais alguns meses; as medidas restritivas a estabelecimentos considerados não essenciais vêm e vão, e as indefinições sobre o processo de vacinação ainda devem render mais alguns capítulos antes de serem definitivamente concluídas. Apesar de tudo isso, o agronegócio brasileiro fechou 2020 com saldo positivo. Agora é o momento de analisar o mercado e definir as expectativas para o ano que começou.
Consolidação do “novo normal”
Diversas mudanças de comportamento dos consumidores, bem como alterações em processos e demandas dos negócios, são situações que vieram para ficar. Um termo muito usado para traduzir este fenômeno é “novo normal”, uma forma de indicar quais serão os padrões a partir de agora. Natália Fernandes, Superintendente Técnica Adjunta da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), falou a respeito disso recentemente em um evento on-line:
“Com a pandemia, as pessoas passaram a comprar mais alimentos básicos e saudáveis. Já os produtores rurais começaram a utilizar mais os canais digitais como ferramenta na compra de insumos e comercialização de sua própria produção. Serviu como um catalisador para o processo de revolução digital no campo”. (fonte)
Desaceleração no PIB do agronegócio
Após uma alta de 9% em 2020, a previsão de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro em 2021 é de 3%. A estimativa cautelosa é reflexo de uma alta menor nos preços dos principais produtos agrícolas, ao passo em que no ano anterior as cotações bateram recordes em meio à pandemia e o dólar muito alto. Apesar da desaceleração, a perspectiva ainda é de crescimento por dois anos consecutivos. Os números são previsões da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Aumento de IPOs no setor
O agro representa uma parcela expressiva no PIB nacional, mas apenas uma fração das empresas na B3, a bolsa de valores brasileira. A tendência iniciada em 2020 e que deve se consolidar em 2021 é a chegada de novas marcas na bolsa, além de aumento no número de emissões de títulos de renda fixa como os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), por exemplo. Segundo especialistas, há interesse crescente por parte dos investidores em ativos do setor, e o preenchimento dessa lacuna pode movimentar alguns bilhões nos próximos anos, começando agora.
Expansão a novos mercados
Para Antônio Camardelli, Presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), a pecuária tem novos mercados à vista neste ano. “O Brasil não tem acesso a cerca de 40% do mercado mundial de carnes, e alguns dos entraves são barreiras sanitárias. Estes mercados pagam muito bem pela tonelada, como Japão e Coreia do Sul. A tendência é ampliarmos o espaço e fortalecermos nossas ligações com parceiros comerciais tradicionais, como China e Estados Unidos”. (fonte)
É claro que fatores externos como a pandemia de Covid-19 e aspectos climáticos, por exemplo, podem mudar os cenários por completo. Ainda assim, mesmo que cautela nunca seja demais, a palavra-chave para o agro brasileiro em 2021 é otimismo. A RedeAgro permanecerá por aqui não apenas atenta, mas à disposição. Vamos juntos.