A imagem do agronegócio brasileiro frente à sociedade e mercado internacional

Potência global no setor, o agro brasileiro se esforça agora para superar o desinteresse da população e melhorar a percepção do mercado internacional sobre os produtos, serviços e iniciativas brasileiras.

Os números do agronegócio brasileiro são incontestáveis. Infelizmente, o mesmo não pode ser dito sobre a imagem institucional do segmento. Uma pesquisa recente desenvolvida pela ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio, em parceria com a ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing, apresentou dados interessantes e, de certo modo, alarmantes sobre a percepção da sociedade brasileira acerca do agro: 44,3% dos respondentes da pesquisa disseram não ter nenhum interesse pelo setor; 53% acreditam que faltam informações acessíveis e 47,4% dos entrevistados afirmaram sequer saber o que é agronegócio.

No exterior, entre stakeholders estratégicos localizados em diferentes mercados, o problema é outro. Segundo especialistas, a imagem do Brasil no cenário internacional é negativa. Além de entraves diplomáticos e escândalos políticos recorrentes, pesa contra o agronegócio o descontrole governamental frente a questões ambientais delicadas, especialmente no âmbito do desmatamento da Amazônia, tema que vem recebendo holofotes em variados contextos, de fóruns econômicos à mídia em geral.

Muitos países europeus e asiáticos, por exemplo, considerados mercados gigantes para a exportação agropecuária brasileira, vêm impondo restrições a produtos oriundos de países considerados “vilões do desmatamento”. Some a isso a postura de fundos de investimento que estão retirando valores significativos de países considerados problemáticos e o Brasil pode enfrentar grandes perdas econômicas a médio e longo prazo, mesmo após atingir números expressivos de exportação durante a pandemia do novo coronavírus. É preciso agir.

 

De olho no futuro: ações para melhorar a imagem do país

Os esforços para gerar aproximação junto à sociedade brasileira e reconhecimento positivo de imagem nos mercados internacionais são coletivos. É necessário o engajamento de órgãos governamentais, entidades representativas do setor, instituições de ensino e organizações dos mais variados portes e nichos relacionados ao campo.

Já existem iniciativas de divulgação e educação neste sentido, como o movimento Todos A Uma Só Voz, que busca unificar a cadeia produtiva; a campanha “Agro: A Indústria-Riqueza do Brasil“, que é veiculada pela Rede Globo desde 2015; ou o programa educacional Agronegócio na Escola, que propõe a imersão de professores das redes pública e privada na realidade do campo para esclarecer pontos importantes e desmistificar tabus sobre o segmento.

Outro exemplo é a própria RedeAgro. Somos uma associação sem fins lucrativos fundada em 2014 e constituída por grandes marcas do setor, reunidas com o objetivo de transmitir conhecimento de qualidade sobre liderança, gestão, inovação e tecnologia para os maiores pecuaristas e agricultores do Brasil. Já realizamos Circuitos em diversos estados do Brasil como São Paulo, Mato Grosso, Goiás, Bahia e Minas Gerais, e uma edição 100% online e gratuita: o Open Farm 2020, em parceria com a Fazenda Conforto.

Todo esforço para fomentar o desenvolvimento do setor é válido. O desafio é grande e, justamente por isso, é essencial compartilhar para crescer. É possível solucionar problemas e consolidar a imagem do Brasil como líder no agronegócio global.